Segundo funcionário baleado por homem que decapitou zelador em hospital estava entregando café na hora do crime

  • 25/04/2024
(Foto: Reprodução)
Carlos Sérgio Matos de Queiroz trabalha na unidade há 41 anos, e foi atingido com um tiro no braço; zelador foi morto. Crime teria sido motivado por ciúmes que o suspeito tinha da companheira. Ex-funcionário foi visto das dependências da unidade antes de matar funcionário no Hospital IJF, em Fortaleza. Reprodução Carlos Sérgio Matos de Queiroz, segundo funcionário baleado no Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza, estava entregando um café na hora do crime. O zelador Francisco Mizael Souza da Silva foi morto e decapitado na terça-feira (23). O crime teria sido motivado por ciúmes. Francisco Aurélio Rodrigues de Lima, ex-funcionário do hospital, foi preso também na terça, em Aquiraz, na região metropolitana da capital. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp O g1 conversou com Felipe Queiroz, filho de Carlos Sérgio. Ele disse que a família descobriu o caso pela imprensa, e não imaginou que o próprio pai pudesse ser uma das vítimas. Carlos trabalha no IJF há 41 anos, e atualmente é funcionário do refeitório. LEIA TAMBÉM: Irmã de funcionário baleado e decapitado dentro de hospital em Fortaleza diz que família desconhecia ameaças Funcionários de hospital onde homem foi decapitado ouviram tiros perto de onde estavam: 'Nunca ia imaginar que era dentro do hospital' Suspeito de balear e decapitar funcionário em hospital tinha ciúmes da mulher e pedia que ela saísse do emprego, diz delegado “Ele estava chegando para entregar uma garrafa de café; foi quando veio a multidão, as pessoas correndo e o cara [suspeito] correndo atrás. A vítima vinha correndo, pedindo socorro, e logo atrás, vinha o assassino atirando. Ele deu um tiro, e o segundo disparo atingiu o braço do meu pai”, disse Felipe. “Para a gente, nem caiu a ficha direito ainda. A gente ficou muito assustado com o caso. A gente sabia que havia outro baleado, mas o natural nunca é pensar que pudesse ser alguém da nossa família. Eu estava até esperando meu pai chegar em casa e contar as histórias do que ele soube”, comentou o professor. Funcionário baleado e decapitado em hospital de Fortaleza. Arquivo pessoal Carlos foi atingido com um disparo no braço direito, e foi necessário retirar uma artéria da perna dele para reparar a lesão no braço. “A assistente social do hospital ligou para a gente, dizendo que nosso pai tinha sido baleado, mas que estava bem e já tinha feito uma cirurgia. Eu fui lá e encontrei ele na UTI. Ele estava bem, estava falando. Em nenhum momento ele ficou inconsciente”, explicou o filho da vítima. Felipe falou ainda que, apesar do episódio traumático, o pai dele tem quadro estável de saúde. “Quando eu cheguei lá, ele já estava conseguindo mexer a mão, o braço, os dedos, mas com dificuldade porque ainda estava tudo inchado”, disse. “Ele não me passou estar muito abalado, mas lógico que foi um susto. Só que meu pai é muito forte. Como ele trabalha no hospital há muito tempo, já viu coisas muito graves”, complementou. O mesmo hospital já teve outros casos de violência. O zelador Mizael foi sepultado, nesta quarta-feira (24), em Pacatuba, na região metropolitana de Fortaleza. Ele deixou uma filha de seis anos e a esposa grávida. Ele era funcionário do IJF há dez anos. Prisão preventiva decretada Francisco Aurélio Rodrigues de Lima teve a prisão convertida de flagrante para preventiva, nesta quarta-feira (24), após audiência de custódia. Ele tem antecedentes por desacato e um processo de medida protetiva contra ele. Francisco Aurélio tem 41 anos e trabalhou como copeiro no mesmo hospital, mas atualmente trabalhava como motorista de aplicativo, conforme o Tribunal de Justiça do Ceará. A defesa de Aurélio é feita pelas advogadas Jéssica Rodrigues e Ariel Amorim. Em entrevista ao g1, Rodrigues informou que a defesa acompanha as etapas da investigação policial. A advogada disse também que Aurélio pretende colaborar com o trabalho investigativo, e que ele tinha intenção de se entregar aos policiais antes de ser preso. "A gente ainda vai se debruçar sobre o processo. O inquérito ainda não foi concluído", comentou Rodrigues. "Nós negociamos com a polícia para que acontecesse tudo [da prisão] dentro das formalidades legais, sem nenhum excesso tipo de nenhuma das partes. Ele tem interesse de colaborar com a Justiça", complementou a advogada. Conforme o auto de prisão em flagrante, o suspeito executou o crime com arma de fogo e, em seguida, decapitou o zelador na cozinha do estabelecimento. O TJCE informou que a companheira de Francisco Aurélio disse, durante depoimento, que mantinha relacionamento com ele há cerca de um ano e meio e que ele sentia ciúmes dela com a vítima e com outros funcionários do IJF. Ela falou ainda que era colega de trabalho de Francisco Mizael, mas que não possuía amizade próxima com o zelador. O TJCE informou que foi instaurado inquérito policial e o caso segue em andamento, aguardando denúncia do Ministério Público. Na fundamentação da decisão que manteve a prisão de Francisco Aurélio, a juíza Carla Susiany Alves de Moura, que presidiu a audiência, destacou que o crime não se trata de um ato isolado na vida do autuado, pois há registros de procedimentos criminais em seu desfavor, sendo um por desacato, em andamento na Vara de Aracoiaba, interior do Ceará, e o outro de medidas protetivas de urgência, já arquivado. Família não sabia sobre ameaças Francisco Mizael Souza da Silva, funcionário baleado e decapitado em hospital de Fortaleza. Arquivo pessoal/Kílvia Muniz Francisca Escóssia, irmã de Mizael, afirmou que a família desconhecia qualquer tipo de ameaça contra ele. "A gente nunca soube que ele estava recebendo ameaças. Meu irmão não tinha problemas com ninguém e era muito alegre. Gostava de brincar com todo mundo. Se essa pessoa que era o pivô da situação teve algo com ele, foi em relacionamento de amizade e não passava disso. Se houve alguma coisa foi negligência do próprio estabelecimento que ele trabalhava", afirmou. Francisca Escóssia ainda reforçou que não recebeu nenhuma ajuda tanto da prefeitura de Fortaleza, que é gestora do hospital Instituto Dr. José Frota, onde o crime aconteceu, como também do Governo do Ceará. "Para minha família não estão dando nenhum apoio. Minha família está aqui. Eu testou tentando buscar através de vocês Justiça. Ninguém veio até nós. Disseram só que a polícia está resolvendo e que devemos esperar. Dei meu número de telefone e contato e não recebemos nenhuma ligação e orientação", disse. "A gente não vai deixar pra lá, a gente vai procurar a Justiça e os órgãos competentes para nos trazerem essa resposta e, principalmente, justiça pelo meu irmão, que deixou a mulher grávida e uma criança de seis anos", completou Francisca, que trabalha como secretária escolar. A direção do hospital informou nesta quarta-feira que, minutos após o crime, parentes dos funcionários terceirizados foram acolhidos pelas equipes de assistência do hospital e também pelos membros da gestão da unidade no decorrer do dia. Informam também que prestam atendimento psicológico aos demais funcionários abalados com a situação. Morte dentro de refeitório O corpo da vítima, que trabalhava no setor de alimentação do hospital, ficou caído no refeitório da unidade. Outra pessoa também ficou ferida. "O sentimento é de indignação. Ele estava trabalhando, não estava fazendo nada de errado. Ele trabalhava aqui faz 10 anos. A gente fica ainda com muitas perguntas", declarou Francisca. Ela disse ainda que a família descobriu sobre o crime através das redes sociais. "Uma pessoa ligada à empresa mandou o vídeo da situação em que meu irmão se encontrava, e disse o que realmente tinha acontecido", disse. "Imediatamente, a gente não quis acreditar, mas pedi para meu esposo, que trabalha aqui do lado, para vir aqui e saber realmente o que tinha acontecido. Foi a pior cena que você possa imaginar", lamentou a secretária. Suspeito é ex-funcionário do hospital O suspeito do crime já havia trabalhado no IJF e entrou lá usando o reconhecimento facial, mesmo tendo sido demitido há mais de um ano. Ele levava uma mochila na qual carregava a arma de fogo usada para matar a vítima. De acordo com Elânio, a vítima foi atingida por quatro disparos, e depois foi decapitada. Imagens que circulam em grupos mostram a vítima fardada, caída no refeitório, com a cabeça ao lado. Também é possível ver uma faca próximo ao corpo. Funcionários se desesperam após homem ser morto e ter cabeça decepada no Hospital IJF O IJF, onde o crime ocorreu, é uma das principais unidades de saúde de Fortaleza, referência no atendimento às vítimas de traumas de alta complexidade, lesões vasculares graves e queimaduras. O hospital é gerido pela Prefeitura municipal. Conforme testemunhas que estavam no hospital, foram ouvidos vários disparos e houve correria dentro da unidade. Após o crime, o suspeito fugiu. Ele deixou a mochila com a arma de fogo no hospital. A direção do hospital informou que dois prestadores de serviços do setor de alimentação foram vítimas de agressão na área de recebimento de cargas do hospital. Um dos homens foi a óbito no local e o outro foi socorrido pelas equipes da Emergência. "As famílias das vítimas estão sendo acolhidas e a situação está sendo acompanhada pelos órgãos de segurança, que está recebendo todo o apoio para as investigações.Reforçamos que todos os atendimentos aos pacientes seguem sendo realizados sem interrupção", disse a Direção do IJF. Em nota, o prefeito José Sarto lamentou o caso e criticou a atuação do governo do Ceará na segurança pública. "É inaceitável a violência em Fortaleza continuar do jeito que está. Hoje mais uma vez vivemos momentos de horror. Dois assassinatos brutais. A paralisia do Governo de Estado no combate às facções não parece ser apenas incompetência, mas também cumplicidade. Acionei as Secretarias de Segurança Cidadã, Educação, Saúde e Direitos Humanos para dar todo o suporte aos familiares das vítimas e aos nossos trabalhadores, a quem dedico toda minha solidariedade. Não permitirei que o acesso aos nossos serviços públicos sejam prejudicados pela insegurança", afirmou Sarto. O governador do Ceará, Elmano de Freitas, também se pronunciou sobre o caso e criticou o prefeito de Fortaleza, José Sarto. "Nossas forças de segurança estão à procura e prenderão muito em breve o criminoso, já identificado, que praticou um crime bárbaro, esta manhã, nas dependências do IJF, por motivos passionais. Segundo investigações, trata-se de um ex-funcionário, que foi demitido há mais de um ano e, mesmo assim, teve acesso ao hospital municipal com reconhecimento facial. Um crime lamentável, que terá rápida resposta da polícia. Há de se lamentar, também, a postura irresponsável e oportunista do prefeito de Fortaleza, que buscando criar um fato político em cima de uma tragédia, atribui o episódio a ação de facções. E ainda fala, levianamente, de cumplicidade do Estado. Em respeito aos cearenses, não entrarei nesse jogo de baixaria do prefeito, que não está preocupado em resolver os problemas, mas pensando unicamente na sua reeleição. A população de Fortaleza já está o julgando por isso. Pelo contrário, usarei todas as minhas energias para enfrentar o problema da violência, junto com nossas forças de segurança, que confio. Não irei jamais terceirizar responsabilidades, como faz covardemente o prefeito de Fortaleza, ultrapassando os limites da ética", escreveu Elmano. Funcionário é morto a tiro e tem cabeça decapitada dentro do Hospital IJF, em Fortaleza. Marcos Moura/ Prefeitura de Fortaleza Assista aos vídeos mais vistos do Ceará

FONTE: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2024/04/25/segundo-funcionario-baleado-por-homem-que-decapitou-zelador-em-hospital-estava-entregando-cafe-na-hora-do-crime.ghtml


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