A pressão da família na escolha da carreira: como se posicionar sem conflito
28/11/2025
(Foto: Reprodução) Alguns familiares costumam refletir desejos e inseguranças próprias nos atuais estudantes, causando pressão na hora da escolha de futuro
getty images
A pressão familiar na escolha da carreira sempre foi uma dificuldade enfrentada por muitos jovens. Atualmente, essa questão ainda persiste. “Meu filho vai ser médico” ou “essa profissão não dá dinheiro” são frases frequentemente ouvidas pelos futuros universitários e por quem convive com eles.
Para a professora e coordenadora da área de Humanas da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Poeta Otacílio Colares, Kátia Silva, muitos desses conflitos vêm das próprias experiências dos pais. “Muitos pais são inseguros pelas escolhas dos filhos. Eles analisam a questão financeira, o status social ou a estabilidade”, explica.
A professora acrescenta que essa pressão também pode partir das frustrações vividas pelos adultos. “Muitos tiveram trajetórias mudadas por circunstâncias como trabalho, casamento ou maternidade precoce. Por isso, cobram dos filhos uma carreira que traga ‘sucesso’”, completa.
Como conversar sobre profissão sem transformar o diálogo em conflito?
O que boa parte dos jovens temem é a hora de conversar com os pais. Como iniciar um diálogo sobre um assunto sensível sem que isso vire um desentendimento? Segundo a professora, é necessário sensibilidade e estratégias para evitar qualquer conflito. “A escuta é uma das primeiras ações, porque precisamos entender o que está acontecendo e fazermos uma análise dos dois lados”, pontua.
Ela ressalta que, apesar da opinião da família ser valiosa, é importante lembrar que a decisão final sempre será a do(a) jovem.
Kátia também destaca que uma das melhores formas de se posicionar, antes mesmo de ser pressionado a algo, é o autoconhecimento. “O aluno precisa refletir sobre seus interesses e identificar suas preferências, entendendo como aquela área está se expandindo no mercado”, explica.
Depois, segundo ela, é essencial desenvolver um diálogo aberto e uma comunicação transparente com a família. “Compartilhar descobertas e demonstrar confiança na escolha feita pode ajudar a convencer os pais da seriedade da decisão”, comenta.
Kátia Silva, professora e coordenadora da área de Humanas do colégio da escola de ensino médio em tempo integral (EEMTI) Poeta Otacílio Colares
arquivo pessoal
O papel da escola no diálogo e na desconstrução das carreiras “seguras”
É importante lembrar que a visão de que algumas profissões são mais seguras não surge do nada, pois ela está enraizada em fatores culturais, históricos e econômicos. “Carreiras como Medicina, Engenharia e Direito têm sido vistas como estáveis e prestigiadas, oferecendo segurança financeira e status social”, explica a professora.
Kátia indica que um diálogo com os pais, trazendo informações novas sobre as carreiras que os estudantes desejam, pode contribuir para mudar essa visão errônea sobre cursos “menos tradicionais”. “Isso mostra aos pais que o filho possui conhecimento sobre a oportunidade e potencial de crescimento em sua área de escolha”, completa.
Kátia acende um alerta para a importância do professor e da escola nesse momento. Segundo ela, o professor vira um elo de comunicação entre família e escola. “Ele vira o principal mediador, construindo um ambiente mais coeso e eficaz para alinhar um diálogo aberto e construtivo, permitindo que as famílias compreendam melhor as necessidades e os progressos dos alunos”, explica.
Está preparado para tomar o próximo passo rumo à trajetória profissional?
Estude na Unifor, a única universidade particular do Ceará segundo diversos rankings acadêmicos nacionais e internacionais. Acesse www.unifor.br para conhecer os cursos de graduação disponíveis e as formas de ingresso para 2026.1.
